sábado, 30 de junho de 2012

Crônica de João Eudes Costa



SENHOR... O SERTÃO ESTÁ MORRENDO
João Eudes Costa


O sertão está em desespero, com o sol abafadiço queimando, sob nosso olhar tristonho, as esperanças depositadas nas plantações, que também tombam estorricadas pelo hálito morno da terra que se arde em febre.


Senhor, por que tanto sofrimento? Por que sofremos tamanho castigo? Se O ofendemos com tanta veemência, se nossos pecados foram tamanhos, mostra-nos, de uma vez, o caminho certo a seguir, pois jamais tivemos o propósito de O ofender tanto. Estamos aflitos porque não queremos perder a fé, que nos faz resistir a todos os percalços. A confiança em sua proteção transforma nossa fragilidade em intransponível muralha de pedra. Não queremos, pois, perder nossa única fonte de esperanças. Não nos deixe Senhor. Aceitamos a reprimenda pelas nossas faltas, mas não temos forças para resistir ao vazio de Seu abandono.


Nossas plantações, SENHOR, estão morrendo. Nossos açudes secos, e os animais caminham inquietos nos campos sem forragem, com fome e com sede. Nosso trabalho, nossos esforços, nossas esperanças, foram esmagados pela fatalidade da seca.


Não permita, Senhor, que os nossos destinos fiquem na dependência de planos elaborados por homens incapazes, sem consciência, ambiciosos, indiferentes aos nossos sofrimentos. Estamos entediados de tanta angústia, nossa paciência também deve ter limite. As injustiças, mesmo que não queiramos, tenderão a indicar outros caminhos, inclusive o da violência. Por mais que queiramos suportar. Por maior que seja a nossa resignação. Por mais tolerantes que queiramos ser, haveremos de, um dia, nos deixar envolver pela revolta, a exemplo do que Lhe aconteceu, quando teve que reagir à imprudência dos mercadores, que profanavam o templo de Seu Pai.


Volte, SENHOR, os olhos para este sertão. Venha, novamente, em socorro desta gente. Perdoe, mais uma vez, as nossas ofensas, os nossos pecados, e as nossas profanações. Não nos expulse desta terra seca, onde sofremos, mas que amamos com toda a força de nossa alma.


Não permita que este solo seja apenas molhado pelas lágrimas dos que partem para outras plagas, onde irão sofrer muito mais. Não permita que esta terra seca seja umedecida somente pelo pranto dos que teimam em aqui permanecer, agarrados ao pó que se levanta à passagem dos retirantes.


Se tanto pecamos; se O ofendemos a ponto de merecer tamanho castigo, perdoa-nos, Senhor. Se nós chegamos ao desespero e se a revolta superou a fé, foi porque estamos exauridos de tanto massacre, tanta injustiça e de tanta coação, vencidos pela sanha de nossos implacáveis algozes.


Se agredidos pelos poderosos da terra, venha, SENHOR, em nosso auxílio. Deixe a chuva cair para amenizar esta febre que aquece a terra, queima as nossas plantações, secam as nossas fontes de água, e nos vai matando pouco a pouco. Se não merecemos compaixão, tenha piedade dos animais que sofrem as conseqüências da maldade da terra, e se aglutinam em torno de nós, para sofrerem também, para chorarem e morrerem conosco, castigados pela terrível seca.


Se nossa fraqueza, nossa maldade superam o limite da tolerância e se nossas faltas merecem tamanha punição, rogamos pelas crianças que, na sua inocência, brincam com as bonecas de milho que não frutificaram. Que secaram pela inclemência do sol, pela falta de chuvas. Aquela criança sentar-se-á em vão, em torno de uma mesa, que há muito está e continuará vazia. Quando a fome chegar com maior intensidade as crianças são as que mais irão chorar, Sentindo falta da boneca de milho que se desfez em suas mãos, como a colheita que desapareceu após se constituir na grande esperança do agricultor.


Senhor, nesta hora difícil, olha para o meu sertão. Permita também que anjos e santos também volvam o olhar para esta terra que se arde na fogueira do desespero. Olhando-nos do céu, terão compaixão de nosso sofrimento, e, juntos, chorarão a nossa dor. As lágrimas descerão pelas nuvens, molharão a terra, cairão sobre as plantações, os campos renascerão e tudo ficará alegre.


Somente assim veremos partidos os grilhões que já nos prendem os pulsos. Com nossas mãos livres, nossos pecados perdoados e com a ajuda da bendita chuva voltaremos ao amanho da terra para renovar nossas esperanças. Crianças contentes, animais pastando fartamente, os pássaros haverão de voar bem alto levando a nossa mensagem de fé, de esperança e gratidão. Na terra ficarão homens que tocam no peito agradecendo e com olhos fitos no céu dirão, respeitosamente: OBRIGADO SENHOR.


FONTE: BLOG MUNDO CORDEL

I EXPOSIÇÃO DE ARTE: “Boa Esperança dos meus Olhos” - CEPM

É um prazer enorme cumprir com o nosso papel de educar e germinar a cultura.  A  I - Exposição de Arte do CEPM, é uma das muitas ações que realizamos com o anseio de educar. Na produção musical escolhemos as músicas do Rei do Baião por este ser um ícone da música brasileira,  Luiz Gonzaga nasceu em uma fazenda chamada Caiçara na zona rural de Exu na Serra do Araripe no estado de Pernambuco no ano de 1912, exatamente no dia treze de dezembro e foi além de um ótimo cantor, um compositor que fazia músicas que fazem parte da cultura brasileira até os dias de hoje, Luiz Gonzaga era filho de um lavrador e sanfoneiro, senhor Januário José Santos e de Ana Batista de Jesus, agricultora e dona de casa. Quanta saudade Luiz Gonzaga deixou, mas também nos deixou um trabalho belíssimo que até hoje e para sempre será admirado por todos nós, tanto os que tiveram oportunidade de ir a um dos seus shows ou até mesmo conviver com ele como também as gerações futuras que reconhecem todo o talento deste homem simples, mas que soube fazer de sua simplicidade o ingrediente principal para suas canções. E este ano iremos comemorar o seu centenário. “Boa Esperança dos meus olhos” é a temática usada para inspirar nossos artistas na composição de sua arte. Nossa Padre Marcos, antiga Boa Esperança era um oásis naquele deserto de desentendimento e contendas políticas que assinalaram a época em que o Padre Marcos de Araújo Costa viveu. Além de alimento, conforto, dinheiro, instrução até justiça ele distribuiu gratuitamente. Foi realizado um trabalho de investigação da nossa história, com pesquisas e visitas, produzidas pelos professores desta escola. E posteriormente a produção de imagem foi realizada por mim em traços históricos e seleção e em seguida por nossa professora do Infantil II Francilania que as produziu no plano de rascunho.  Após todo trabalho ver as telas dos alunos prontas, nos surpreendeu o resultado obtido. Parabéns aos nossos artistas!!!





Decisão do TSE de liberar 'contas sujas' provoca reações em Brasília

Por quatro votos a três, o Tribunal Superior Eleitoral liberou a participação de políticos com as contas sujas nas próximas eleições municipais.

CRISTINA SERRABrasília
 
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral de liberar a participação dos chamados "contas sujas" nas eleições deste ano provocou reações em Brasília.
Foi uma votação apertada. Por quatro votos a três, o Tribunal Superior Eleitoral liberou a participação de políticos com as contas sujas nas próximas eleições municipais. O voto que definiu o placar foi do ministro Dias Tóffoli. Ele considerou que os candidatos precisam apenas apresentar as contas da última campanha. E mesmo que as contas tenham sido rejeitadas pelos tribunais, eles poderão obter a certidão de quitação eleitoral, necessária para o registro das candidaturas.
O ministro Tóffoli lembrou que, no caso de irregularidades graves nas contas, o Ministério Público tem instrumentos jurídicos para buscar a impugnação da candidatura ou pedir a cassação do diploma, caso o político seja eleito. A decisão atendeu a um recurso de 14 partidos políticos e derrubou o entendimento anterior do próprio TSE.
Em março, o tribunal havia decidido que só poderiam se candidatar os políticos com as contas da última campanha aprovadas. O PSOL, que não assinou o recurso dos outros partidos, criticou a decisão, e pediu que os eleitores se oponham aos contas sujas com o voto limpo.
O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral recomenda que o eleitor procure conhecer o histórico e a prestação de contas dos candidatos.
“Ele deve procurar a prestação de contas e analisar para ver se foi aprovada, se não foi, mesmo que isso não tenha validade para torná-lo inelegível. Mas eu acho que na hora do voto, a pessoa tem que privilegiar as pessoas que têm as contas aprovadas e íntegras”, avaliou Jovita Rosa, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.

Fonte: Jornal Nacional